A prece dos Animais

A prece dos Animais

Debaixo de uma seringueira
Plantada por Chico Mendes
O altar da imensa floresta
Aos domingos fica em festa
 
Vêm os bichos com os seus
Agradece ao  Pai  Criador
Nas preces cheias de amor
Em coro com o louva a deus
 
Na sombra da boa árvore 
Acomodam seus  filhotes
Recebem  água fresquinha
E  muitas frutas gostosas
 
Rei Leão sobe no tronco
Dando início à celebração
Os animais se levantam
Para a reza e a devoção
 
Uirapuru entoa um  canto
Seguido do coro de sabiás
A mata se veste de ternura
Para a oração de abertura
 
Na fé se unem os bichos
Sob o  sol que desponta
Em pensamento reclamam
Da destruição que afronta
 
Rei Leão compenetrado
Acomoda-se  no  trono
Agradece aos cantadores
Pelos bonitos louvores
 
Em seguida, entoa a prece
No que  seguem os animais
Na busca da serenidade
E do fim de todos os ais.

 
 A Prece  dos  Animais
 
Grande Deus  do Universo
Mestre Pai da Natureza
Acolha o nosso clamor
Proteja-nos bom Salvador
 
A ganância consome o homem
Que cego dizima as espécies
Já não lhes basta o alimento
Caçam o ilícito enriquecimento
 
Grande Criador do Universo
Muitos dos nossos irmãos
Encontram-se  em extinção
Vítimas da  devastação
 
Uma lista de grande porte
Arrasta do Sul ao Norte
Leva para a negra morte
Animais de toda a sorte
 
Proteja-nos Pai Amigo
Livra-nos deste perigo
Da pesca descontrolada
E da caça desenfreada
 
Clamam por tua proteção
O amigo peixe boi
O mico leão Dourado
O bom cervo do cerrado
 
As aves amedrontadas
Têm medo desta prisão
São mais de mil espécies
Ameaçadas de extinção
 
Nossos filhotes inocentes
Dos ninhos são usurpados
Por homens inconsequentes
Para ser comercializados
 
Muitos morrem no caminho
Outros ganham a opressão
Tristes vivem nos  cercados
Da liberdade privados
 
Atenda Deus de bondade
Nossa prece com clemência
Para que o bicho homem
Respeite-nos com urgência.


(Ana Stoppa)

 

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